Piratininga e suas belezas
Piratininga é um bairro nobre de classe média e classe média alta pertencente a cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Localiza-se no entorno da lagoa de mesmo nome, entre o oceano Atlântico, a serra Grande e o morro da Viração, limitando-se com os bairros niteroienses de Camboinhas, Itaipu, Cafubá, Charitas e Jurujuba.
O bairro, originado em parte da sesmaria doada a Cristóvão Monteiro, tinha na pesca a sua atividade mais marcante, tendo inclusive sediado uma colônia de pescadores na localidade conhecida como Tibau. O próprio nome do bairro, Piratininga, remete a essa atividade, pois é um termo tupi que significa "secagem de peixe". Com o surgimento das grandes fazendas na região, como a fazenda do Saco, pertencente aos padres jesuítas e a fazenda Piratininga, pertencente a Manuel de Frias e Vasconcelos, a área passou a produzir açúcar, aguardente e café, além de culturas de subsistência. Essa produção seguia, por terra ou mar, até a enseada de Jurujuba e, de lá, até a cidade do Rio de Janeiro.
Avenida Almirante Tamandaré, na praia de Piratininga.
Com o passar do tempo, o interesse pela área tornou-se crescente e, a partir da década de 1960, vários loteamentos surgiram. Durante o processo de nova configuração espacial do bairro, os posseiros sempre tiveram presença marcante, sendo, até hoje, motivo de impasse envolvendo as empresas imobiliárias, proprietários e o poder público. A área ao redor da lagoa de Piratininga é a de maior conflito e também a que reúne o maior contingente de população de baixa renda.
Desde a década de 1970, o bairro vem sendo ocupado por população de classe média, em virtude da melhoria das vias de acesso e da beleza do lugar: a praia, a lagoa, as ilhas, os costões e vegetação de restinga. Essa rápida ocupação já acabou com o extenso areal, com as pitangueiras e com os coqueiros que existiam.
Destacam-se, ainda, em seus limites, a praia do Imbuí e o forte D. Pedro II do Imbuí, cuja entrada principal dá-se através do bairro de Jurujuba e que fazia parte do sistema de defesa da entrada da baía de Guanabara.
Há cerca de quarenta anos, o navio Madalena, luxuoso transatlântico da Mala Real Inglesa, encerrando a sua viagem inaugural, chocou-se com uma das pedras Tijucas próximas à baía de Guanabara. Após o resgate dos passageiros, o navio soltou-se devido aos ventos e à maré. Na tentativa de salvá-lo, o navio partiu-se ao meio: uma parte afundou e a outra acabou encalhando nas areias da praia do Imbuí.
Na madrugada de 10 de novembro de 2018, um deslizamento de terra no Morro da Boa Esperança deixou cerca de 15 mortos. O acidente ocorreu devido ao escorregamento de uma grande pedra, após dias de muita chuva.
